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Como a vida moderna está mudando o esqueleto humano.

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Tudo começou com uma cabra. O desafortunado animal nasceu na Holanda na primavera de 1939 – e suas perspectivas não eram nada boas. Não tinha uma das patas da frente, e a outra era deformada. Ou seja, se locomover seria mais difícil.

Mas, quando tinha três meses, a cabra foi adotada por um instituto veterinário e se mudou para um campo gramado. Lá, desenvolveu rapidamente seu estilo próprio (e peculiar) de se locomover. Ela se apoiava nas patas traseiras para erguer o corpo e pulava – o resultado era algo entre o salto de uma lebre e um canguru.

Infelizmente, a cabra se envolveu em um acidente e morreu quando tinha um ano. Mas havia algo surpreendente escondido em seu esqueleto.

Durante séculos, os cientistas acreditaram que nossos ossos cresciam de maneira previsível, de acordo com as instruções genéticas herdadas de nossos pais. Mas quando um especialista em anatomia investigou o esqueleto dessa cabra, descobriu que seus ossos haviam começado a se adaptar.

Os ossos do quadril e das patas eram mais grossos do que o esperado – e estavam anormalmente angulados, para permitir uma postura mais ereta. Da mesma forma, os ossos do tornozelo estavam esticados. Em outras palavras, a estrutura óssea da cabra começou a se parecer muito com a dos animais que saltam.

Hoje se sabe que nossos esqueletos são surpreendentemente maleáveis.

Embora os esqueletos em exposição nos museus possam dar a impressão contrária, os ossos sob a nossa pele estão muito vivos – são rosados pelo fluxo sanguíneo, e estão em processo de destruição e reconstrução constante. Portanto, embora o esqueleto de cada indivíduo se desenvolva de acordo com as instruções genéticas em seu DNA, ele pode se adaptar de acordo com as pressões que cada pessoa enfrenta na vida.

Esta constatação levou a uma disciplina conhecida como “osteobiografia” – literalmente, “biografia dos ossos” – que permite analisar um esqueleto para descobrir como o dono vivia. E se baseia no fato de que certas atividades, como andar sobre duas pernas, deixam uma marca, como ossos do quadril mais resistentes.

E estudos recentes parecem não deixar dúvida de que a vida moderna está tendo um impacto em nossos ossos. Há vários exemplos – como a aparição de uma protuberância na base do crânio de algumas pessoas, a percepção de que nossas mandíbulas estão ficando menores e a constatação de que os cotovelos de jovens alemães estão mais estreitos do que nunca.

Um bom exemplo de osteobiografia é o mistério dos “homens fortes” de Guam e das Ilhas Marianas. Tudo começou com a descoberta de um esqueleto masculino na ilha de Tinian, a 2.560 km a leste das Filipinas, no Oceano Pacífico, em 1924.

Os restos mortais, datados do século 17 ou 18, eram gigantescos. E sugeriam que se tratava de um homem extraordinariamente forte e alto.

A descoberta alimentava as lendas locais sobre antigos governantes de proporções enormes, capazes de feitos heroicos. Não foi à toa que os arqueólogos chamaram o esqueleto de Taotao Tagga – “homem de Tagga” – em referência ao famoso líder mitológico da ilha, Taga, que era conhecido por sua força sobre-humana.

À medida que outras sepulturas foram descobertas, ficou claro que o homem de Tagga não era uma exceção. Tinian e as ilhas vizinhas haviam abrigado, de fato, uma população de homens extraordinariamente fortes. Mas de onde vinha essa força?

Por acaso, os restos mortais destes homens costumavam ser encontrados ao lado da resposta. No caso de Tagga, ele havia sido enterrado entre 12 imponentes pilares esculpidos em pedra, que originalmente teriam sustentado sua casa.

Um exame mais detalhado do seu esqueleto e dos outros revelou características ósseas semelhantes à da população do arquipélago de Tonga, no Pacífico Sul, onde as pessoas fazem muitos trabalhos braçais e construções em pedra.

A maior casa na ilha tinha pilares de 5 metros de altura, e cada um pesava quase 13 toneladas – aproximadamente o mesmo que dois elefantes africanos adultos.

Não se tratava então de uma misteriosa etnia de gigantes musculosos. Aqueles homens desenvolveram seus imponentes corpos trabalhando duro.

Se usarem no futuro uma técnica similar para analisar como as pessoas viviam em 2020, os cientistas também vão encontrar mudanças em nossos esqueletos que refletem nossos estilos de vida.

anatomia-do-cranio-1501498154“Sou clínico-geral há 20 anos e, apenas na última década, observei que cada vez mais pacientes têm esse aumento no crânio”, diz David Shahar, pesquisador da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália.

O nódulo ósseo em questão, também conhecido como “protuberância occipital externa”, é encontrado na parte inferior do crânio, logo acima do pescoço. Se você tiver um, é provável que consiga senti-lo com os dedos – ou, se for careca, pode até ser visível.

Até recentemente, esse tipo de protuberância era extremamente raro. Em 1885, quando o nódulo ósseo foi investigado pela primeira vez, o renomado cientista francês Paul Broca achou tão esquisito que sequer tinha um termo científico para tal.

Mas Shahar decidiu investigar. Com a ajuda de um colega, ele analisou mais de mil radiografias de crânios de indivíduos entre 18 e 86 anos – mediu eventuais protuberâncias e observou a postura de cada um deles.

O que os cientistas descobriram foi impressionante. A protuberância era muito mais comum do que eles imaginavam – principalmente entre os mais jovens. A pesquisa mostrou que uma em cada quatro pessoas entre 18 e 30 anos tinha o nódulo ósseo. Shahar acredita que a presença cada vez maior desta protuberância se deve à tecnologia, particularmente à nossa obsessão por smartphones e tablets.

Quando nos debruçamos sobre esses dispositivos, erguemos o pescoço e inclinamos a cabeça para frente. E isso é problemático, uma vez que a nossa cabeça pesa em média cerca de 4,5 kg – quase o mesmo que uma melancia grande.

Quando estamos sentados com a postura ereta, a cabeça está em equilíbrio sobre a parte superior da nossa coluna vertebral. Mas, à medida que nos inclinamos para usar o celular, nosso pescoço precisa fazer um esforço maior. Os médicos chamam a dor associada a esse esforço de “text neck” (também conhecida como síndrome do pescoço de texto ou do pescoço tecnológico).

Shahar diz acreditar que os nódulos se formam porque a postura curvada gera uma pressão extra no local onde os músculos do pescoço se ligam ao crânio. E o corpo reage criando uma nova camada de osso, que ajuda o crânio a lidar com esta pressão extra e a distribuir o peso.

Uma das maiores surpresas para Shahar foi o tamanho das protuberâncias. Os nódulos maiores mediam cerca de 30 mm. Evidentemente, a má postura não é uma invenção do século 21.

Mas então por que nossos antepassados não desenvolveram protuberâncias no crânio ao se curvar para ler livros? Uma possível explicação é que passamos muito mais tempo inclinados sobre nossos smartphones, do que uma pessoa passaria lendo.

Por exemplo, em 1973 os americanos liam em média cerca de duas horas por dia. Hoje, no entanto, passamos quase o dobro desse tempo no celular.

Curiosamente, os homens fortes das ilhas Mariana também tinham protuberâncias no crânio. Acredita-se que seus nódulos ósseos tenham se desenvolvido por uma razão semelhante – para suportar o peso sobre os músculos do ombro e do pescoço. Esses homens teriam carregado muito peso, por meio de bastões sobre os ombros.

Shahar acredita que as protuberâncias modernas nunca desaparecerão. E, na visão dele, vão ficar cada vez maiores.

Segundo ele, é raro que causem complicações por si só. Se houver algum problema, provavelmente será causado por outras maneiras como o corpo compensa nossa postura curvada.

Na Alemanha, cientistas fizeram outra descoberta surpreendente: nossos cotovelos estão encolhendo. Christiane Scheffler, antropóloga da Universidade de Potsdam, estudava medidas corporais de crianças em idade escolar quando observou essa tendência.

Para medir exatamente o quanto seus esqueletos haviam mudado ao longo do tempo, Scheffler analisou quão forte (ou “ossudas”) as crianças eram entre 1999 e 2009. Para tal, calculou seu Índice de Estrutura, que é como a estatura se compara à largura dos cotovelos.

Em seguida, comparou os resultados com um estudo similar realizado 10 anos antes. A conclusão foi que os esqueletos das crianças estavam se tornando cada vez mais frágeis.

Scheffler pensou, a princípio, que a explicação poderia ser genética, mas é difícil de ver como o DNA de uma população pode mudar tanto em apenas 10 anos. A segunda hipótese era que as crianças poderiam estar sofrendo de má nutrição, mas isso não é um problema na Alemanha. A terceira explicação possível era que a juventude de hoje é muito mais sedentária.

Para descobrir, Scheffler conduziu um novo estudo – em parceria com alguns colegas desta vez – em que analisou os hábitos diários das crianças, que também usaram um contador de passos durante uma semana.

Os cientistas encontraram uma forte correlação entre a robustez dos esqueletos das crianças e o quanto caminhavam por dia.

É sabido que toda vez que usamos nossos músculos, ajudamos a aumentar a massa dos ossos que os sustentam. “Se você usa os músculos repetidamente, isso gera mais tecido ósseo, que se traduz em ossos mais densos e com maior circunferência”, explica Scheffler.

Além disso, os cotovelos encolhidos das crianças parecem uma adaptação direta à vida moderna, já que não faz sentido cultivar ossos dos quais você não precisa.

Walking in nature

Mas havia outra questão intrigante no resultado do estudo: caminhar era o único tipo de exercício que parecia ter algum impacto.

Scheffler acredita que isso se deve ao fato de que mesmo as crianças mais atléticas dedicam muito pouco tempo à prática de exercícios físicos. “Não ajuda que sua mãe te leve de carro para praticar uma ou duas horas de exercício por semana”, diz ela.

E, embora não tenha sido estudado, é provável que a mesma regra se aplique aos adultos: não basta simplesmente ir à academia duas vezes por semana sem também caminhar longas distâncias. “Porque nossa evolução indica que podemos caminhar quase 30 km por dia.”

A última surpresa escondida em nossos ossos pode ter centenas de anos, mas foi descoberta recentemente. Em 2011, Noreen von Cramon-Taubadel, pesquisadora da Universidade Estadual de Nova York, nos EUA, estava estudando crânios. Como antropóloga, ela queria saber se era possível deduzir de onde um crânio vem apenas observando seu formato. Para isso, ela mediu cuidadosamente crânios encontrados em museus de diferentes países para compará-los.

ed3960df5c04e73c632e22695a9f4c9bE descobriu que o formato da mandíbula não dependia tanto da genética, mas se a pessoa havia crescido em uma comunidade agrícola ou de caçadores-coletores.

Cramon-Taubadel acredita que o segredo da diferença nas mandíbulas está no quanto mastigamos à medida que crescemos. “Se você pensar na ortodontia, a razão pela qual o tratamento é feito em adolescentes, é porque seus ossos ainda estão crescendo”, diz ela.
“Os ossos ainda são maleáveis nessa idade e respondem a diferentes pressões.”

Nas sociedades agrícolas, a comida é mais macia e pode ser ingerida sem necessidade de mastigar muito. E mastigar menos resulta em músculos mais fracos, o que significa que nossas mandíbulas não se desenvolvem de forma tão robusta.

É possível que a amamentação seja outro fator importante, uma vez que sua duração varia muito – e determina quando as crianças começam a mastigar alimentos mais sólidos. Cramon-Taubadel afirma que o impacto da mastigação na mandíbula é bastante sutil a olho nu. É mais provável que se apresente nos dentes.

“Especialmente nas populações pós-industriais, é muito mais provável que haja problemas dentários – como dentes tortos ou desalinhados por falta de espaço” acrescenta.

“As pesquisas mostram que adotar uma dieta um pouco mais dura biomecanicamente, principalmente no caso de crianças, pode ser útil para neutralizar parte do desequilíbrio entre a maneira como nossos dentes crescem e se desenvolvem.”

Mas esta história tem uma reviravolta inesperada. A mudanças nas nossas mandíbulas e dentes parecem ter tido um efeito inesperado e positivo na maneira como falamos.

Um estudo recente mostrou que, à medida que as sociedades descobriram a agricultura no período neolítico, há cerca de 12 mil anos, as mudanças na mandíbula podem ter permitido pronunciar novos sons, como de “v” e “f”.

Naquela época, os incisivos superiores (dentes superiores da frente) se encontravam exatamente sobre os inferiores, em vez de cobri-los como atualmente.

Para ter uma ideia de como era a mandíbula no período neolítico, empurre sua mandíbula inferior para frente, até os dentes inferiores tocarem os superiores, e tente dizer “filé” ou “Veneza”.

O que será que os arqueólogos do futuro vão encontrar quando examinarem nossos esqueletos de dentro de suas naves espaciais? Se não tomarmos cuidado, nossos ossos podem revelar uma alimentação pouco saudável, níveis impressionantes de sedentarismo e uma dependência mórbida da tecnologia.
Talvez seja melhor ser cremado.

Fonte: G1.

Notas da autora:

Quantas informações importantes e como sabemos tão pouco sobre a evolução! E nestes estudos, ficou mais do que provado que não somente questões genéticas interferem no nosso esqueleto, mas as atividades que desempenhamos.

Muitas pessoas já estão nascendo sem apêndice ou os dentes sisos porque simplesmente não precisamos mais de ambos. 

Muito legal, não é? Este tema me fascina. E você, o que mais gostou nesta matéria?

 

Biologia, Curiosidades, Fisiologia Humana, Saúde

Por que sentimos vontade de fazer xixi quando ficamos nervosos?

Quem nunca passou pela situação de, em um momento de muito nervosismo, como antes de falar em público ou participar de uma reunião importante, sentir aquela vontade repentina de fazer xixi? Pois se você pensava que isso era algo que só acontecia com você, saiba que esse aperto inoportuno é muito mais comum do que parece! Mas, e por que sentimos essa urgência de ir ao banheiro quando ficamos nervosos?

Aperto

De acordo com Laura Geggel, do site Live Science, a verdade é que os especialistas não sabem explicar ao certo a razão de termos essa resposta em situações de ansiedade, mas existem teorias. Bem, segundo Laura, o normal é que, quando estamos tranquilos e calminhos, a nossa bexiga fique relaxada — conforme ela vai se enchendo com a urina vinda dos rins. Enquanto isso, o esfíncter que mantém o xixi “preso” dentro dela, permanece fechadinho para evitar “vazamentos”.

No geral, uma bexiga saudável é capaz de comportar cerca de 450 mililitros de urina e, uma vez ela se torna cheia, sinais são enviados até o cérebro que, por sua vez, transmite a informação de que é hora de esvaziar o órgão. Então, quando estamos prontos — de preferência em um banheiro confortável e limpinho —, a bexiga se contrai, o esfíncter relaxa e o líquido é expelido, trazendo aquele alívio.

vontade-de-urinarSegundo Laura, o mecanismo que desencadeia a vontade de fazer xixi é controlado por uma série de fatores, incluindo os nervos que se encontram ao longo da coluna e o funcionamento do cérebro. Já com relação à vontade repentina de esvaziar a bexiga em momentos de nervosismo, uma das suspeitas é que essa resposta esteja associada com a reação de fuga e luta — também conhecida como reação de estresse agudo.

Os cientistas que defendem essa teoria acreditam que a vontade de fazer xixi é estimulada pela tensão e descarga de adrenalina que os nossos organismos experimentam quando ficamos nervosos. Mais especificamente, eles argumentam que, como o sistema nervoso central é ativado para reagir em um maior nível de sensibilidade em situações de estresse, é possível que seja necessário um menor estímulo para ativar o reflexo de esvaziar a bexiga.

Outra teoria seria que a reação de fuga e luta faz com que os nossos rins aumentem a produção de urina e, com isso a bexiga se encha mais depressa e tal. E há quem acredite que, como quando ficamos nervosos os nossos músculos ficam mais tensos, a bexiga, que possui uma camada composta por tecido muscular, se contrai também, desencadeando a vontade repentina de fazer xixi.

Fonte: Site Mega Curioso

Biologia, Curiosidades, Evolução, Fisiologia Humana, Genética

Conheça o verme que pode ser o ancestral dos humanos.

Um novo estudo publicado este ano, revelou a descoberta daquele que pode ter sido o ancestral da maior parte dos animais que conhecemos hoje, incluindo o ser humano. A pesquisa foi coordenada por uma equipe da Universidade da Califórnia, Riverside (EUA).

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Fóssil do verme chamado Ikaria wariootia.

Trata-se de um verme chamado Ikaria wariootia, primeiro organismo a apresentar parte frontal e dorsal, dois lados simétricos e orifícios conectados por entranhas.

O artigo que relata o achado foi veiculado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

A presença de uma simetria bilateral, embora possa parecer trivial, é muito importante na escala evolutiva. Esse tipo de estruturação corporal permite que o animal se movimente de forma mais eficiente. Não à toa, grande parte dos seres vivos que conhecemos são bilateralmente simétricos; basta desenhar uma linha imaginária ao longo do corpo de um cachorro, pássaro ou homem, por exemplo, para notar a semelhança entre as duas metades.

Assim, a bilateralidade é uma característica muito antiga no reino animal. Estima-se, logo, que os primeiros seres a apresentarem esse tipo de simetria possam ser os precursores de organismos muito maiores e mais complexos.

O estudo mencionado baseou-se na descoberta de fósseis que datam de 630 a 542 milhões de anos atrás. Há quinze anos, cientistas encontraram tocas no sul da Austrália que, até agora, eles apenas teorizaram ter sido cavadas pelos primeiros seres bilaterais. Contudo, foi só recentemente que eles puderam colocar a teoria à prova, graças a tecnologias mais avançadas.

Com ajuda de um financiamento da Nasa, os pesquisadores utilizaram um scanner 3D que relevou, nas tocas, a presença de marcas de corpos cilíndricos com cabeças e rabos demarcados e uma musculatura relativamente desenvolvida. De acordo com os especialistas e com base nas análises dos buracos deixados pelos seres, o animal teria tido de 2 a 7 milímetros de comprimento e de 1 a 2,5 milímetros de espessura — aproximadamente metade do tamanho de um grão de arroz.

Além das tocas, os cientistas encontraram mais de 100 espécimes de fósseis dos próprios vermes. Segundo os profissionais, as tocas, esculpidas pelos indivíduos do gênero Ikaria, representam os fósseis mais antigos já encontrados com esse nível de complexidade, reforçando a presença de uma simetria como a mencionada pela primeira vez.

A descoberta, caso confirmada, reforça as expectativas criadas pela teoria da evolução, que sugere a existência de uma árvore da vida em que apenas um ancestral antigo teria originado todos os demais, que então evoluíram independentemente.

Fonte: Site Veja

Biologia, Curiosidades, Dicas, Fisiologia Humana, Notícias

Vaso sanitário inteligente detecta doenças a partir de fezes e urina.

Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema que, conectado ao vaso sanitário, detecta doenças (inclusive alguns tipos de câncer, como colorretal e de próstata) a partir de cocô e xixi, e ainda manda todos os dados para o smartphone do usuário. A invenção foi descrita em um artigo publicado na revista  Nature no dia 6 de abril.

“Quando eu falava sobre isso, as pessoas riam porque parecia uma ideia interessante, mas também um pouco estranha”, diz Sanjiv “Sam” Gambhir, professor de Stanford e principal autor do estudo, em nota.

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A tecnologia consiste em uma tampa de vaso sanitário que conta com um sensor de movimento para detectar fezes e urina. Uma vez que recebe o “material” o sistema executa uma série de testes. As amostras de xixi são submetidas a análises físicas e moleculares; já a avaliação do cocô é baseada em características físicas. A engenhoca identifica o usuário graças a um sistema de coleta de digitais na descarga, além de uma câmera que digitaliza o ânus.

Os dados extraídos são enviados automaticamente para o celular da pessoa em um sistema seguro localizado na nuvem. No futuro, a ideia é que esses dados sejam integrados ao sistema de manutenção de registros de qualquer prestador de serviços de saúde para acesso rápido e fácil.

Gambhir acredita que a privada inteligente um dia vai fazer estar no banheiro de muitas casas, já que tecnologia pode ser instalada em qualquer vaso sanitário. “É como comprar um complemento de bidê que pode ser montado diretamente no seu banheiro”, disse Gambhir.

Vale lembrar, no entanto, que a tecnologia não substituiria uma consulta ao médico — ela seria apenas uma ajuda para identificar potenciais problemas que demandem uma visita ao consultório.

Fonte: Revista Galileu

Biologia, Biologia Molecular, Bioquímica, Curiosidades, Fisiologia Humana, Notícias, Saúde

Laboratório americano Sorrento afirma ter remédio 100% eficaz contra a Covid-19.

Uma empresa biofarmacêutica da Califórnia afirma ter encontrado um anticorpo que poderia proteger o corpo humano do coronavírus e liberá-lo do sistema em quatro dias. A companhia Sorrento Therapeutics anunciou a descoberta nesta sexta-feira (15).

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O anticorpo, conhecido como STI-1499, pode fornecer “100% de inibição” à Covid-19 e possibilitaria a chegada de um tratamento meses antes de uma possível vacina ao mercado.

O laboratório está desenvolvendo um remédio com base no STI-1499 que vai atuar como um escudo contra o novo coronavírus. O anticorpo também deve ser usado como tratamento em pacientes já infectados.

corona 2“Queremos enfatizar que existe uma cura. Existe uma solução que funciona 100%”, disse à Fox News o Dr. Henry Ji, fundador e CEO da Sorrento Therapeutics. “Se conseguirmos colocar esse anticorpo neutralizante no corpo humano, não será mais necessário o distanciamento social e a sociedade poderá abrir sem medo.”

“Nosso anticorpo STI-1499 mostra um potencial terapêutico excepcional e pode salvar vidas após ser aprovado pela agências reguladoras. Nós estamos trabalhando dia e noite para que esse produto seja aprovado e disponibilizado ao público”, disse Henry Ji em comunicado aos investidores.

Os testes foram conduzidos em laboratório, com o vírus in vitro. Agora, a Sorrento pretende pedir aos agentes reguladores da saúde nos Estados Unidos prioridade na liberação do medicamento, para que o remédio chegue o mais rápido possível à população.

De acordo com o laboratório, a fábrica em San Diego tem capacidade para produzir 200 mil doses do medicamento por mês. Antes mesmo da aprovação da droga, a Sorrento vai produzir 1 milhão de doses.

O anúncio foi bem recebido na bolsa Nasdaq, onde a empresa é listada. As ações da Sorrento estavam em alta de 161% na bolsa americana de tecnologia.

Fonte: Site JP

Notas da autora:

Uma excelente notícia! Tomara que tenhamos outras em breve. E não custa lembrar: enquanto não há uma cura, fique em casa (se você puder, obvio).

Mãe, muito obrigada por esta matéria!

Minha mãe, pessoal, é uma das pessoas que mais aparece e comenta no blog. Coisa de mãe mesmo! #amo

Arqueologia, Biologia, Curiosidades, Evolução, Fisiologia Humana, Notícias, Saúde

Sua dor nas costas pode ser culpa de seus ancestrais, diz estudo.

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De acordo com um estudo feito por pesquisadores norte-americanos, a dor nas costas pode ser consequência da evolução da humanidade. Cientistas da Universidade de Simon Fraser, no Canadá, da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, e da Universidade de Sydney, nos Estados Unidos, estabeleceram uma relação entre o desconforto físico localizado na coluna e a evolução do ser humano.

A intenção da pesquisa foi feita para investigar o porquê algumas pessoas possuem mais risco de sofrer espondilólise – lesão nos ossos das regiões anterior e posterior da coluna, causando uma formação irregular nas costas, onde a parte frontal é mais alta do que a traseira. Essa fratura, que é muito comum em atletas ativos, ocorre apenas em seres humanos, fato que é um dos principais motivos que levou os bioarqueólogos a pensarem na possibilidade de ser uma condição ancestral.

Kimberly Plomp, pesquisadora da Universidade de Simon Fraser, disse, em nota no estudo, que uma possível causa é o estresse colocado na coluna, gerado pela capacidade humana de andar de forma ereta com as duas pernas.

Para testar essa hipótese, os pesquisadores utilizaram técnicas de análise de forma 3D. Eles compararam vértebras lombares humanas – sem e com espondilólise – com ossos de símios, macacos antropomorfos – como gorilas, chimpanzés e orangotangos – que, assim como os humanos, pertencem à família Hominoidea.

Feita a comparação, o grupo notou que os seres humanos com espondilólise apresentavam diferenças ósseas mais aparentes com os símios, enquanto os humanos com as vértebras sem as lesões tinham a estrutura mais parecida com a formação óssea dos animais.

Anteriormente, cientistas haviam apontado que seres humanos com hérnias de disco apresentavam uma formação óssea mais similar aos chimpanzés e ancestrais do que os seres humanos com ossos saudáveis.

Mark Collard, professor de arqueologia da Universidade de Simon Fraser, acredita que a variação pode ser entendida como um espectro.

“Podemos imaginar a variação da forma vertebral nos seres humanos como um espectro, com uma extremidade tendo vértebras com uma forma ancestral e a outra extremidade tendo vértebras com adaptações bípedes exageradas. Onde as vértebras de um indivíduo se encontram nessa distribuição, influenciam a saúde da coluna vertebral”, disse Collard, em nota.

Por décadas, os cientistas acreditavam que a forma de andar dos seres humanos eram a principal causa da dor nas pernas; agora, porém, essa condição pode ser justificada por ligações ancestrais.

Os pesquisadores reconhecem que a teoria necessita de mais estudos, mas que a nova pesquisa contribui para demonstrar que o passado pode ter uma relação direta com questões atuais, como a prevenção da dor nas costas, que tem se tornado um problema moderno.

Fonte: Revista EXAME

Biologia, Curiosidades, Dicas, Fisiologia Humana, Notícias, Saúde

Brasil descobre remédio com 94% de eficácia no combate à COVID-19, diz Marcos Pontes.

Plenário do CongressoSegundo ele, país também desenvolve equipamento de inteligência artificial para testar pessoas com suspeita de COVID-19. A resposta é em um minuto e o teste utiliza reagentes nacionais. “Vacinas demoram mais do que o reposicionamento de drogas, mas estamos trabalhando com vacina dupla, tanto para Influenza quanto para a Covid”, disse. “Só a ciência pode combater o vírus”, ressaltou Pontes.

O ministro não divulgou o nome do remédio para “não haver corrida” às compras. Isso porque é um fármaco conhecido, amplamente disponível no mercado, de acordo Marcelo Morales, secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “Teremos nas nossas mãos, desenvolvido no Brasil, no máximo, na metade de maio, a solução de um tratamento, com remédio disponível inclusive em formulação pediátrica”, afirmou Pontes.

O remédio será testado em 500 pacientes em sete hospitais, cinco no Rio de Janeiro, um em São Paulo e outro em Brasília. A administração do medicamento será diária, durante cinco dias, com mais nove dias de observação. “Em 14 dias, poderemos ver se os efeitos em pacientes serão os mesmos já comprovados em células infectadas”, destacou o ministro. O ensaio clínico será feito com pacientes que estão internados para o acompanhamento dos sintomas e da carga viral.

Segundo o MCTIC, o protocolo será uma administração randomizada, ou seja, nem médicos nem pacientes saberão quem está tomando a medicação e quem está recebendo placebos. “Quero agradecer a comissão de ética do Ministério da Saúde, que fez a aprovação do protocolo dos testes clínicos. Nas próximas semanas, teremos os resultados”, disse Pontes.

Detalhes

corona 5Segundo o MCTIC, foram realizados testes utilizando medicamentos que já são comercializados em farmácias para verificar se existe algum capaz de combater a doença. A estratégia chamada de reposicionamento de fármacos é adotada por uma força tarefa formada por 40 cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do ministério.

Foram testados dois mil medicamentos com o objetivo de identificar fármacos compostos por moléculas capazes de inibir proteínas fundamentais para a replicação viral. Com uso de alta tecnologia como biologia molecular e estrutural, computação científica, quimioinformática e inteligência artificial, os pesquisadores identificaram seis moléculas promissoras que seguiram para teste in vitro com células infectadas com o SARS-CoV-2. Desses seis remédios pesquisados, os cientistas do CNPEM/MCTIC descobriram que dois reduziram significativamente a replicação viral em células. O remédio mais promissor apresentou 94% de eficácia em ensaios com as células infectadas.

Na terça-feira (14/4), o ensaio clínico financiado pelo MCTIC obteve a autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realizar a última etapa dos testes: os ensaios clínicos em pacientes infectados com o novo coronavírus (SARS-CoV-2), que devem começar já nas próximas semanas.

Fonte: Estado de Minas

Notas da autora: 

Minha mãe é uma das leitoras mais ativas do blog e me encaminhou essa matéria. (Obrigada, mãe!) Tomara que tenhamos boas notícias em breve sobre a eficácia e uso do medicamento. Sigamos firmes. Tudo vai passar. 

Biologia, Biologia Molecular, Bioquímica, Curiosidades, Fisiologia Humana, Notícias, Saúde

Descoberta de proteína mutante aumenta chance de se curar leucemia.

Esperança para crianças e adolescentes com um dos tipos mais agressivos da leucemia. A boa notícia vem do interior de São Paulo. Os pesquisadores descobriram uma célula que tem uma reação, a qual os pesquisadores querem conhecer, com isso, desenvolver remédios que funcionam melhor no tratamento.

Rafael tem 2 anos e meio. Está no fim do tratamento contra a leucemia mas os pais ainda não estão tranquilos. “Preocupa muito sobre o que vai ser do futuro. A gente sabe que hoje ele não é mais uma criança doente, mas não sabemos até quando”, diz Tatiana Costa, mãe do Rafael.

A segurança que ele precisa pode estar em um laboratório. Ao analisar o sangue de pacientes com leucemia do tipo linfóide aguda, pesquisadores do Centro Boldrini de Campinas descobriram a mutação de uma substância apontada como uma das causas da doença.

No corpo humano existem várias proteínas na superfície das células. Em pessoas saudáveis, uma delas, chamada IL7R, estimula o desenvolvimento de moléculas que ativam o núcleo das células, fundamentais para nosso desenvolvimento. A descoberta mostra que, na pessoa com leucemia, essa proteína transformada provoca a multiplicação desordenada das moléculas. “A gente encontrou uma mutação em um gene que causa hiperativação daquela célula. Ela fica proliferando e não para nunca”, explica José Andrés Yunes, pesquisador do Centro Boldrini.

A pesquisa levou cinco anos para ser concluída e envolveu estudos na Holanda, Portugal, Estados Unidos e Brasil. Cerca de 200 crianças foram analisadas. “Essa mutação por si só não é responsável pelo câncer, mas o que nós identificamos é que ela pode estar ajudando ao surgimento da leucemia”, afirma a bióloga Priscila Zenatti.

A leucemia do tipo linfóide aguda é a forma mais comum de câncer entre crianças. atingindo um terço dos pacientes. Com a descoberta dessa proteína mutante, vai ser possível monitorar o tratamento dos doentes de forma mais precisa, o que aumenta as chances de cura. “A longo prazo, nós estamos tentando desenvolver anticorpos que reconhecem especificamente células portadoras da mutação de forma a minimizar os efeitos colaterais causados pela quimioterapia que reconhece de forma generalizada tanto as células doentes quanto as células normais”, acrescenta a bióloga Priscila Zenatti.

Aos 16 anos, Rangel está curado de uma leucemia, mas a cada três meses retorna ao hospital para ter certeza do diagnóstico. Para a mãe, a pesquisa pode reduzir o sofrimento de outras famílias. “É uma esperança muito grande para quem vai passar o que eu já passei com meu filho”, diz a mãe de Rangel.

“A esperança é grande ferramenta que os pais que a criança e nós, médicos, temos para enfrentar a questão da leucemia”, afirma Silva Brandalise, diretora do Centro Boldrini.

A expectativa é que a descoberta ajude a criar um novo medicamento para a doença em até cinco anos.

Texto retirado do site G1.

Biologia, Curiosidades, Fisiologia Humana

Fígado define o vício de cafeína.

Estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos revela que a dependência da cafeína está mais vinculada ao fígado e à capacidade do órgão para processar a substância do que ao efeito que o consumo da substância provoca no cérebro. “Talvez as pessoas pensem que tomam cafeína para se sentir bem, ou para não se sentir mal, ma a verdade é que o nível de consumo é determinado pela rapidez com que o fígado decompõe a cafeína”, disse o pesquisador Neil Caporaso.

Texto retirado do jornal O Tempo.

Biologia, Fisiologia Humana, Notícias, Saúde

Cientistas chilenos desenvolvem vacina contra alcoolismo.

Cientistas da Universidade do Chile trabalham no desenvolvimento da primeira vacina contra o alcoolismo, baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática, divulgou o médico coordenador do projeto, Juan Asenjo.

Essa parte da população da Ásia sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isto inibe seu vício, explicou Asenjo, médico da universidade e chefe dos pesquisadores, porque não possui um gene que produz a enzina “aldeído desidrogenase”, que metaboliza o álcool no organismo. Sem essa enzima, ao beber “ocorre uma reação tão forte que as pessoas não tomam o álcool”, explicou.

A vacina consiste em induzir a mutação nas células do fígado através de um vírus que transmite esta informação genética. Atua sob o mesmo princípio sobre o qual são elaborados os parches e remédios utilizados para controlar o vício em álcool, mas sua eficácia seria maior porque, diferentemente das fórmulas anteriores, não depende da vontade imediata do paciente e tem menos efeitos colaterais.

A vacina, portanto, aumentaria os enjoos, a sensação de náusea e a vasodilatação nos viciados. “Com a vacina, a vontade de beber será muito pequena devido às reações que terá”, disse o médico.

O princípio já foi testado com sucesso em ratos alcoólatras, nos quais o consumo do álcool diminuiu em 50%. “A ideia é que nos seres humanos o consumo de álcool diminua entre 90% e 95%”, acrescentou Asenjo.

“A vacina é específica para as células do fígado. Os emplastros (parches) afetam todas as células e têm muitos efeitos colaterais”, explicou Asenjo.

Após demonstrar seu princípio ativo, os cientistas trabalham agora para cultivar as células necessárias para produzir o vírus em reatores e em grandes quantidades. Depois vem a fase de otimizar a produção, purificar o vírus e a aprovação por parte de diferentes comitês de ética e institutos de saúde pública.

“Durante este ano será feita a produção em grande escala e depois serão realizados testes pré-químicos em animais para determinar a dose. Posteriormente, em 2012, serão realizados testes químicos na fase 1 em humanos”, explicou Asanjo.

Se os resultados em humanos forem bem-sucedidos, bastaria que o paciente tomasse a vacima uma vez por mês para começar a sentir os sintomas por um período prolongado, o que desestimularia o vício.

O alcoolismo é o principal fator de risco de doenças entre os chilenos e gera acidentes de trânsito, cirrose e depressões, que são as principais causas de morte no Chile, segundo um estudo oficial divulgado em setembro de 2008.

Texto retirado do site Terra.