Notícias, Zoologia

PRODUÇÃO DE OVOS DE GRANJA.

 Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais.

Victor Hugo

Poucas fazendas hoje em dia são iguais àquela imagem que se tem das fazendas antigas:  um lugar aprazível, tranquilo, com uma manada de galinhas cercadas de pintinhos ciscando, supervisionados pelo galo empoleirado no alto do celeiro.

Essa imagem não tem mais nada de real. As fazendas que abastecem as grandes cidades não são mais controladas por pessoas simples do interior.

Fazenda agora é um grande negócio. Os métodos de linha de montagem e a entrada de grandes empresas transformaram o campo em “agribusiness“, que é uma atividade competitiva em que não há mais lugar para sentimentos ou integração com plantas, animais e com a natureza. Os métodos adotados cortam custos e aumentam a produção. Animais são tratados como máquinas que convertem rações baratas em carne, ovos e leite mais caros.

Sob esses métodos, os animais vivem vidas miseráveis do nascimento ao abate. As galinhas têm a má sorte de servirem aos humanos de duas maneiras:  pela sua carne e pelos seus ovos.

As galinhas poedeiras passam a vida inteira sem poder se locomover devido ao minúsculo tamanho das suas celas, pisando em fios de arame, sem descanso para os pés, com a luz acesa 24 horas por dia, confinadas sem possibilidades de andar, ver a luz e tomar banho de sol, sem conseguir virar sobre si mesmas, levantar ou bater uma asa, espreguiçar, empoleirar, ciscar, pisar e se sujar na terra e muito menos estabelecer laços sociais e familiares com outros animais da mesma espécie.

São produzidas em verdadeiras “fábricas”, passando privações de que poucos de nós nos apercebemos, e ainda ameaçando à saúde pública poluindo o ar e a água. Normalmente, são usadas gaiolas contendo 2 ou 3 aves, medem de 30 a 35 centímetros de largura por 43 de comprimento (menos que uma página de jornal aberta).

O sofrimento animal é devido ao espaço reduzido e à alimentação pouco natural, forçada, que é um risco para a saúde animal e humana, devido ao uso excessivo de antibióticos, hormônios e à acumulação de toxinas. Em alguns casos, o número de galinhas chega a 9 por gaiola. Entre as galinhas existe uma hierarquia que fica  impossível estabelecer com tão grande quantidade de aves em um espaço tão mínimo.

Para reduzir os ferimentos por bicadas, um comportamento aberrante levado ao limite nestas condições, em que as galinhas estressadas, aborrecidas e frustradas se tornam agressivas, parte dos bicos é cortada com uma lâmina aquecida, causando dor severa durante semanas pois, corta-se através de osso, cartilagem, vasos sanguíneos e tecidos moles. O desbicamento é feito duas vezes na vida de uma galinha: logo após o nascimento e logo antes da época de pôr os ovos. Algumas aves não conseguem comer depois de cortado o bico e morrem de fome.

Estas galinhas põem mais de 250 ovos por ano, logo os seus corpos ficam fracos e morrem freqüentemente com ovos entalados ou por problemas de fígado, devidos ao esforço desenvolvido para produzir gordura e proteínas para os ovos. A osteoporose é freqüente pois perdem muito cálcio para a produção da casca dos ovos. Para poupar em salários, não há funcionários dedicados a cuidar das aves que adoecem.

 Após um ano de produção de ovos, as galinhas são consideradas “gastas“, “inúteis” e são abatidas. Os seus esqueletos fragilizados partem durante o transporte e no matadouro, acabam em derivados de galinha, onde os seus corpos são desfeitos de modo a esconder as nódoas negras, as penas e as fezes dos consumidores. Muitas são incluídas em rações para outros animais de criação.

Por cada galinha numa gaiola de postura, existiu um pinto macho que foi morto na chocadeira. As galinhas poedeiras foram selecionadas para pôr o máximo de ovos, logo não crescem tão rapidamente como os frangos para consumo, logo os pintos macho não têm valor econômico e são deitados fora no dia em que nascem, da forma mais barata possível, freqüentemente postos no caixote do lixo, onde sufocam ou são esmagados e triturados vivos por máquinas de tratamento de lixo.

O chão das gaiolas é de arame, o que facilita a limpeza das fezes que caem por entre as grades e se acumulam no chão durante meses, causando um cheiro insuportável e ainda causando um desconforto durante toda a vida da galinha. Em galpões pouco ventilados, os excrementos exalam vapores que causam infecções respiratórias, infecções nos olhos e outros danos.

As galinhas “gastas” são levadas para o matadouro, famintas, ossos quebrados, em caixas abertas, sofrendo freqüentemente ferimentos. Não têm direito nem à última refeição. Para economizar em ração, o avicultor suspende o alimento 30 horas antes do abate, já que o abatedouro não paga pelo alimento que fica no aparelho digestivo.

Já no matadouro, aquelas que não estavam bem atordoadas e/ou não foram mortas pela lâmina, são, portanto, escaldadas vivas.

Logo após são penduradas pelas patas e, por vezes, mergulhadas num banho eletrificado para as atordoar e acelerar a matança. As suas gargantas são cortadas, geralmente por uma lâmina mecânica, e mergulhadas em água a ferver para serem depenadas.

Esta última etapa não constituiria problema algum em um animal morto porém, como as indústrias tem acelerado o processo de abate em milhares de corpos por hora, grande parte dos animais chegam ao tanque de fervura ainda vivos.

No calor do Verão, os aviários superlotados levam a uma mortandade massiva de aves. A atenção dos órgãos de comunicação social vai geralmente para as elevadas perdas monetárias, não para as mortes miseráveis de milhões de criaturas indefesas.

As aves sofrem também devido aos azares dos seus donos e criadores. Alguns granjeiros falidos abandonam as galinhas poedeiras para morrer de fome. Quando são descobertas, apenas jazem milhares de seus esqueletos no interior das minúsculas gaiolas.

FAÇA SUA PARTE!

Esta é uma realidade que resume bem o modo de pensar e agir da indústria de criação intensiva produtora de aves e ovos e outros animais no mundo inteiro.  Você não precisa deixar de comer ovos – e certamente não o fará. Mas quando for ao supermercado, dê preferência aos ovos de GALINHA CAIPIRA, ou encomende-os a um sitiante, eles são mais naturais e as galinhas caipiras são criadas mais soltas e sem os requintes bárbaros do capitalismo selvagem. Assim, você estará contribuindo em não sustentar essa indústria, fazendo uma alimentação sem crueldade e diminuindo o sofrimento e a tortura dos animais no mundo.

Texto escrito por Rildo Silveira (Cruzília – MG ).

OBS: Pai, obrigada pela dica de email.

17 comentários em “PRODUÇÃO DE OVOS DE GRANJA.”

  1. nossa… metade do q esta ai.. é uma superfantasia.. os cuidados com bem-estar animal na avicultura estão evoluindo… mas sensacionalizar desse jto… antes de escrever algo.. tente estar mais atualizado!!!

      1. Marilia!!! super concordo com voce, é cruel sim! a industria so pensa em dinheiro e nao estao nem ai com o animal, parei de comer frango, boi e carne de porco por causa desses absurdos que acontecem!

  2. “…metade do q esta ai.. é uma superfantasia…”
    E a outra “METADE”? Foda-se não é mesmo??? Ah tá!! Tudo certo então!! Clap, clap clap!!!

      1. ja trabalho num matadouro eu ja e ai ainda esta leve o ke e falado provavelmente vc ja comeu galinhas doentes ou ja falesida no trasporte

  3. Gente hj em dia isso apenas ocorre em granjas e abatedouros irregulares. Atualmente existem leis sobre bem-estar animal e abate humanitário, este último item pode ser encontrado nas normativas do MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, onde os estabelecimentos que não cumprem as mesmas estão sujeitos a multas. Lógico não sejamos tolos, isso existir sim..mas como falei em lugares clandestinos.
    O bem-estar animal nos últimas anos vem crescendo cada vez mais, e por este fato.. a União Européia (referencia de bem-estar nas criações) lançou uma normativa que entrerá em vigor entre seus países em 2012, estabelecendo um espaço mínimo ideal para poedeiras, afim de conferir um melhor bem-estar para estes animais, os proprietários que não se adequarem seram penalizados.
    Enquanto o Brasil não abraça essa idéia (mas tem grande potencial para isso)..Universidades e faculdades em geral, ( zootecnia e veterinária) a muitos anos já estão pesquisando métodos alternativos e densidades populacionais para galinhas poedeiras, afim de favorecer os bem-estar das poedeiras sem esquecer do lucro do produtor…..

    A produção de ovos e carne de frango não podem parar!! Essas são as fontes mais baratas de proteína de alto valor biológico existente!!

    Mas mesmo assim, parabéns Marilia pela sua sensibilização aos animais de produção.. muitas pessoas acham que os mesmo não sentem dor..ou qualquer tipo de sentimento…

    Abrçs

  4. Muita gente acha que gostar de animais é defendê-los a todo o custo. Não há critérios no texto, só uma falácia sem sentido. O pior é que pessoas de boa índole e de preocupadas com o bem estar animais, são muitas das vezes enganadas e repassam estas informações como de fossem verídica. Se fosse verdade não seria preciso pedir para repassar no final do texto. Pois a verdade chega rápido ao ouvido de muitos, pena que a mentira muitas vezes é bem mais rápida!!!

    1. César,

      Aceito sua opinião e queria de verdade que fosse mentira. Mas acompanhei de perto a rotina de uma franja e sei que é igual o que foi narrado no texto.

      Obrigada pela visita.

      Marilia Escobar

    2. Minha namorada é veterinária e me disse que durante sua graduação, percebeu que informações como as de cima, na verdade ainda estão incompletas. Mesmo em granjas de grande porte as condições de vida e abate dos animais são piores.
      Mas se quiser redefinir o que é verídico ou não, agende uma visita na granja. Se tiver sorte e estômago, irão te mostrar toda linha de produção…Eu não tive estômago para ver tudo…
      Não me entenda mal, mas falar é fácil, por isso prefiro que veja o que acontece e tire novas conclusões.
      Sugestão: http://video.google.com.br/videoplay?docid=-1717800235769991478
      Boa sorte!

      1. Eduardo,

        Já visitei algumas granjas e constatei as informações acima. Obrigada pela dica.

        Abraços,

        Marilia Escobar

  5. ACHEI INTEIRESSANTE ESSE ASSUNTO,POIS ESTOU MONTANDO UMA PRODUÇÃO DE OVOS DE GRANJA,E COM ESSES ASSUNTOS ,CONSERTEZA TEREI MAS CUIDADO EM MANTER A QUALIDADE DE VIDA DESSAS AVES,POIS PARA O MEU NEGOCIO CRECER DEPENDE DELAS!!!!

  6. O texto é super idôneo. Sou tradutora e tenho acesso a textos franceses, belgas e canadenses sobre a vida dos animais que se tornarão alimento e todos falam exatamente o que foi postado aqui. Sugiro a leitura deste excelente texto do FARRACHI, publicado no LE MONDE DIPLOMATIQUE, um jornal extremamente confiável, europeu, que descreve exatamente o que alguns teimam em negar… http://www.monde-diplomatique.fr/2001/08/FARRACHI/15543

  7. essa pessoas deveriam ter mas conciencia pois desse jeito e uma tortura com as coitadas das aves , e isso não e justo pois as coitadinhas estão ajudando no sustento desse pessoal.

    Não devian faser isso ,pois assim e tortura com os animais.

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